Pular para o conteúdo principal

Nagasaki, Meu Amor



Flores de íris

Nas sandálias enlaço

Talismã na jornada”

Matsuo Bashô

A propósito de Nagasaki, Meu Amor; trata-se de uma realização cênica humanista, com o intuito de preservar o legado da cultura de paz entre os povos do mundo.

A tragédia da bomba atômica lançada sobre o Japão não pode ser simplesmente esquecida, as pessoas de Hiroshima e Nagasaki perderam suas cidades, suas famílias e seus corpos, a energia nuclear destruiu  a essência dos sentimentos humanos.

Na cidade de Nagasaki, pós bomba atômica, vive uma mulher marcada pela dor, uma pacifista arruinada por seus ideais; em conflito consigo mesma e com os escombros do ódio; uma mãe que espera a volta da filha, ao mesmo tempo em que chora a sua morte.

Através do ballet moderno e sob a inspiração da trilha sonora de Kitaro, desenrola-se a coreografia da dança da espada e do coração num cenário à luz de velas , a personagem Yoko procura a solução do grande mistério dividida entre o amor e o ódio por seus inimigos em tempo de guerra. Solidão e silêncio, alegria e pranto. Dançando, Yoko descobre a beleza da dor, o belo e o sublime na deformidade e destruição.

Pablo Picasso afirmou: “a arte não é a aplicação de uma regra de beleza, mas aquilo que o instinto e o cérebro podem conceber além de qualquer regra.”

A arte de Nagasaki, Meu Amor é instinto e sentimento, do ballet moderno para o monólogo há uma espécie de catarse, como os mais antigos poemas dramáticos de combate e purificação datadas da XVIII ou XIX Dinastia Egípcia de 1200 a 1500 A.C. Yoko trava um diálogo íntimo consigo mesma, seu coração é um terreno doloroso, porém, um terreno cultivado pela ternura e pela poesia: “eu preciso manter vivo meu lado humano sem jamais perder a ternura, mesmo que eu venha a perder tudo.”

E Yoko perde tudo, absolutamente tudo na explosão da bomba atômica de Nagasaki em 1945.

Jam Pawlak

Teatro-documentário “Nagasaki, Meu Amor”

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Global Smurfs Day

Participei do Dia Mundial dos Smurfs no Brasil com muita alegria, foi um 25 de junho adorável! Compartilhei desenhos de "Os Smurfs" para colorir entre as crianças, e compartilhei histórias dos extraordinários personagens criados pelo ilustrador belga Pierre Culliford, carinhosamente "Peyo". Os Smurfs são pequenas criaturas azuis que vivem em casinhas no formato de cogumelo, em uma aldeia escondida no meio da floresta. As histórias são envolventes e divertidas, profundamente humanas... Smurfantásticas! Em agosto vamos correr para o cinema e assistir  "Os Smurfs  2" e depois sair por aí distribuindo sorrisos...

O Passaporte Polonês de Chopin, 10 Anos Depois...

  “A simplicidade é a realização máxima.” Fryderyk Chopin (1810-1849) Quando assinei o roteiro e a produção executiva do filme documentário O Passaporte Polonês de Chopin em 2010, não poderia imaginar que colheria frutos tão incríveis até os dias atuais. Dez anos depois do lançamento do nosso filme documentário no Brasil, realizado durante as celebrações do Bicentenário de Nascimento de Fryderyk Chopin, ainda recebo muitos pedidos através das minhas redes sociais, referentes a aquisição de uma cópia em DVD do filme, que realmente está esgotado no mercado, e dezenas de depoimentos emocionantes e em agradecimento à nossa adorável aventura musical, oriundos dos corações mais jovens no auge da sua simplicidade e sinceridade. Na época, trabalhei com o diretor polonês Grzegorz Mielec, que também admirava a música de Chopin, o autêntico poeta do piano. O nosso filme documentário ousou reratar a paixão pela música de Chopin com muita sensibilidade e sentimento; a participação especial

A Incrível Jornada Dos Tsurus...

“Eu escreverei paz em suas asas e você voará o mundo inteiro”. Sadako Sasaki A Incrível Jornada dos Tsurus começou a 110 metros de altura, na Torre  Mercês, em Curitiba. Era uma apresentação para lembrar a tragédia atômica de Hiroshima e Nagasaki, intitulada Buzz of the Peace in Hiroshima and Nagasaki, com o intuito de preservar a memória mundial, lembrando através das artes cênicas, os 50 Anos das explosões atômicas nas cidades japonesas durante a II Guerra Mundial. A tragédia não poderia ser simplesmente esquecida. Milhares de pessoas perderam suas cidades, suas casas e suas famílias. A explosão da bomba atômica destruiu também a essência dos sentimentos humanos. Através do ballet moderno e sob os acordes de "Assim Falou Zaratustra" de Richard Stauss, desenrolou-se a coreografia da dança da espada e do coração em um cenário à luz de velas, no alto da Torre Mercês, em Curitiba. Como o Zaratustra de Nietzsche, a personagem Yoko, vive marcada pela dor. Em