Pular para o conteúdo principal

As Mulheres Vestem Rosa ...

 

 "No mundo, ela era magrinha e de cabelos curtos; tinha quase trinta anos, um grupo de teatro e chamava-se Maria Eduarda. Morava em uma grande casa cor de rosa perto da praia. Maria Eduarda, magrinha e de cabelos curtos era  uma atriz de grande  talento: cantava, dançava e representava com alegria. Maria Eduarda era apaixonada pela vida e pelo teatro.

Certa manhã, Maria Eduarda acordou sentindo-se fraca, como se estivesse ficando doente ...

Maria Eduarda procurou um médico no mesmo dia. O médico solicitou um exame  com urgência, um exame chamado mamografia. Maria Eduarda ficou com muito medo, um medo irracional de  fazer o exame;  de saber o resultado do exame; e  do que viria depois do resultado do exame.

Nervosa, Maria Eduarda foi até a clínica e fez a mamografia.

Quando o resultado do exame ficou pronto, Maria Eduarda desmoronou: o diagnóstico foi preciso e foi escrito com todas as letras; Maria Eduarda estava com câncer de mama e precisava de tratamento imediatamente.

Foi como se o tempo tivesse parado e todas as pessoas se transformassem em  estátuas, indiferentes e caladas para sempre ... indiferentes à dor de Maria Eduarda, indiferentes à sua tragédia pessoal ...  indiferentes ao seu desejo de sobreviver mesmo diante de tanta dor!

Maria Eduarda foi internada no Hospital do Câncer, fragilizada pela doença, abandonada  à própria sorte entre uma quimioterapia e outra, sentindo pena de si mesma e da sua dor tão angustiante, tão presente, tão à flor da pele!

Um dia, a Emília  visitou Maria Eduarda no Hospital do Câncer. A boneca  trazia muitos papeizinhos coloridos e ensinou para Maria Eduarda a arte de fazer Tsurus.

(Emília ensina Maria Eduarda a fazer um Tsuru)

A boneca contou a história do origami, uma arte milenar do Japão,  e do pássaro de papel, também conhecido com Tsuru,  um símbolo de longevidade.  O Tsuru era a dobradura  favorita de Sadako Sasaki de Hiroshima, e tornou-se rapidamente a dobradura favorita de Maria Eduarda, que passava as longas tardes no Hospital entre papeizinhos coloridos, praticando a esperança, a paciência e a perseverança!

Maria Eduarda descobriu que  viver um dia de cada vez, é o melhor jeito de viver.

O tempo passou. O tratamento  fez efeito positivo e  sentindo-se novamente útil, Maria Eduarda   ensinava, à quem quisesse aprender, os Tsurus.

Um dia perguntaram por que ela fazia isso. Maria Eduarda respondeu:

- O Tsuru significa paz. Quando ele entrou na minha vida, eu precisava de paz. Por isso, ensino outras pessoas... para que a paz mude também a vida delas assim como mudou a minha. Eu os ensino porque nunca é tarde para aprender. Ensino-os que nunca é tarde para viver. 

E tudo  voltou ao normal. 

Maria Eduarda deixou o Hospital do Câncer e voltou para o  teatro entre beijos, lágrimas e abraços!

Entre amor, felicidade e amizade!

E então eles dançaram juntos novamente com o coração e a coragem do teatro mágico!" Trecho da obra de Jam Pawlak  "As Mulheres Vestem Rosa..."
Do teatro mágico para a jornada humanista de prevenção e combate ao câncer de mama, a personagem Maria Eduarda, interpretada por Julia Agnes, da obra de Jam Pawlak, “As Mulheres Vestem Rosa”,  apresentada no Orquidário Municipal de Santos. Foto: Amorim J C Amorim.

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Global Smurfs Day

Participei do Dia Mundial dos Smurfs no Brasil com muita alegria, foi um 25 de junho adorável! Compartilhei desenhos de "Os Smurfs" para colorir entre as crianças, e compartilhei histórias dos extraordinários personagens criados pelo ilustrador belga Pierre Culliford, carinhosamente "Peyo". Os Smurfs são pequenas criaturas azuis que vivem em casinhas no formato de cogumelo, em uma aldeia escondida no meio da floresta. As histórias são envolventes e divertidas, profundamente humanas... Smurfantásticas! Em agosto vamos correr para o cinema e assistir  "Os Smurfs  2" e depois sair por aí distribuindo sorrisos...

O Passaporte Polonês de Chopin, 10 Anos Depois...

  “A simplicidade é a realização máxima.” Fryderyk Chopin (1810-1849) Quando assinei o roteiro e a produção executiva do filme documentário O Passaporte Polonês de Chopin em 2010, não poderia imaginar que colheria frutos tão incríveis até os dias atuais. Dez anos depois do lançamento do nosso filme documentário no Brasil, realizado durante as celebrações do Bicentenário de Nascimento de Fryderyk Chopin, ainda recebo muitos pedidos através das minhas redes sociais, referentes a aquisição de uma cópia em DVD do filme, que realmente está esgotado no mercado, e dezenas de depoimentos emocionantes e em agradecimento à nossa adorável aventura musical, oriundos dos corações mais jovens no auge da sua simplicidade e sinceridade. Na época, trabalhei com o diretor polonês Grzegorz Mielec, que também admirava a música de Chopin, o autêntico poeta do piano. O nosso filme documentário ousou reratar a paixão pela música de Chopin com muita sensibilidade e sentimento; a participação especial

A Incrível Jornada Dos Tsurus...

“Eu escreverei paz em suas asas e você voará o mundo inteiro”. Sadako Sasaki A Incrível Jornada dos Tsurus começou a 110 metros de altura, na Torre  Mercês, em Curitiba. Era uma apresentação para lembrar a tragédia atômica de Hiroshima e Nagasaki, intitulada Buzz of the Peace in Hiroshima and Nagasaki, com o intuito de preservar a memória mundial, lembrando através das artes cênicas, os 50 Anos das explosões atômicas nas cidades japonesas durante a II Guerra Mundial. A tragédia não poderia ser simplesmente esquecida. Milhares de pessoas perderam suas cidades, suas casas e suas famílias. A explosão da bomba atômica destruiu também a essência dos sentimentos humanos. Através do ballet moderno e sob os acordes de "Assim Falou Zaratustra" de Richard Stauss, desenrolou-se a coreografia da dança da espada e do coração em um cenário à luz de velas, no alto da Torre Mercês, em Curitiba. Como o Zaratustra de Nietzsche, a personagem Yoko, vive marcada pela dor. Em