“Ser um empreendedor é
executar os sonhos, mesmo que haja riscos. É enfrentar os problemas, mesmo não
tendo forças. É caminhar por lugares desconhecidos, mesmo sem bússola. É tomar
atitudes que ninguém tomou. É ter consciência de que quem vence sem obstáculos
triunfa sem glória. É não esperar uma herança, mas construir uma história...
Quantos projetos você
deixou para trás? Quantas vezes seus temores bloquearam seus sonhos? Ser um
empreendedor não é esperar a felicidade acontecer, mas conquistá-la.”
Augusto
Cury
Primeira turma do Curso deProdução de Eventos Artísticos e Culturais do Senac de Ribeirão Preto. Foto: Jam Pawlak.
Ainda no início de 2017, tive a honra de integrar a primeira
turma do curso de Produção de Eventos Artísticos e Culturais do Senac de
Ribeirão Preto; um verdadeiro privilégio para mim e para os meus colegas.
Tenho trabalhado com a
produção de audiovisual há mais de quinze anos, assinando a produção executiva
e os roteiros de filmes documentários. Por outro lado, a produção de eventos
artísticos e culturais sempre me fascinou, principalmente no que diz respeito à
realização de eventos beneficentes, em prol do bem comum.
Durante as aulas,
descobri que um produtor é também um autêntico empreendedor; a produção de
eventos artísticos e culturais é uma ação de empreendedorismo com foco na
sustentabilidade.
Descobri ainda que a
sala de aula é um incrível laboratório de ideias criativas; foi exatamente
quando surgiu a proposta de realização de um evento que abordaria “a própria
produção de eventos” intitulado “Quem Produz?” Afinal, quem realmente produz
eventos brilhantes na cidade de Ribeirão Preto na atualidade? Quem estaria
disposto a compartilhar generosamente os seus ideais com um grupo de alunos por
demais curioso e interessado?
Então, em plena sala de
aula nasceu o evento “Quem Produz?” No formato de uma mesa-redonda com a
participação de convidados especiais, que aceitaram o convite da equipe de
produção, formada exclusivamente pelos alunos do curso de Produção de Eventos
Artísticos e Culturais do Senac de Ribeirão Preto, sob a supervisão da dedicada
professora Renata Torraca, que logo na
abertura da mesa-redonda, realizada no último dia 30 de maio do corrente ano,
ressaltou a importância do protagonismo dos alunos; “os alunos são os
protagonistas desse evento, do curso e
da busca constante do aprendizado junto ao Senac.”
Coube ao mediador da
mesa-redonda, Édi Carlos Teixeira Mendes, a apresentação inicial dos convidados
que representavam vários segmentos culturais da cidade de Ribeirão Preto. Foto: Jam Pawlak.
O 1º Encontro de
Produtores Artísticos e Culturais, contou com a presença dos seguintes
profissionais da área de eventos culturais:
Jonas Pasckoalick, produtor cultural. Foto: Jam Pawlak.
Jonas
Pasckoalick
Profissão: produtor cultural
no Centro Cultural Armazém Baixada e no Memorial
da Classe Operária UGT de Ribeirão Preto.
Idade: 35 anos.
Referência de evento
inesquecível: Virada Independente de Ribeirão Preto.
Frase favorita: “Hay
que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás.” Che Guevara.
Sob
o ponto de vista de quem produz: “Aprendi a trabalhar
com produção cultural, projetos culturais, e eventos de médio porte, com o
proposito de ampliar o espaço para a circulação de bandas, visando a formação
de público.” Jonas Pasckoalick compartilhou sua experiência como produtor
cultural, gestor de espaço para eventos e empreendedor nato, que criou o seu
próprio estilo ao identificar rapidamente a disponibilidade de recursos, e as
expectativas do público alvo. O produtor cultural foi vice-presidente do
Conselho Municipal de Cultura de Ribeirão Preto, e enfatizou a importância da
participação de todos os segmentos artísticos em prol do fortalecimento das
políticas culturais locais, da democratização de acesso aos locais públicos,
proporcionando o direito à cidade também aos artistas, intelectuais e
produtores culturais.
Poliana Savegnago, atriz e produtora cultural. Foto: Jam Pawlak.
Poliana
Savegnago
Profissão: atriz, produtora
cultural no Grupo Teatral Engasga Gato e
no Coletivo Feminista Mulheres Rio Acima, ambos
de Ribeirão Preto.
Idade: 32 anos.
Referência de evento
inesquecível: Todos os projetos independentes.
Frase favorita: “Cada
caboclo com o seu penar / sobra terreno para brincar.” Cultura Popular –
Brasil.
Sob
o ponto de vista de quem produz: “Tenho uma vontade imensa de produzir novos
eventos culturais. A especialização voltada para a produção de eventos
artísticos e culturais é muito importante para todos nós que trabalhamos com a
cultura; pois realizamos eventos colaborativos através de muitas parcerias; somos
parceiros uns dos outros aqui em Ribeirão Preto. Há algum tempo atrás, os
jovens que se formavam em artes cênicas na nossa cidade, precisavam migrar para
a capital em busca de uma oportunidade no teatro. Eu fiz o caminho inverso,
resolvi investir no trabalho artístico no interior; mas para tanto, você
precisa arriscar, e não ter medo de correr novos riscos que surgem com os novos
projetos. Você precisa trabalhar em conjunto com outros artistas, agrupando
valores e talentos e então você perceberá a força da arte local, o brilho da
coletividade artística. Vamos pensar na possibilidade de construir pontes,
trabalhando de forma colaborativa, trabalhando juntos, pois trabalhar juntos é
sempre o melhor caminho para a realização dos nossos projetos em comum. Vamos
tirar o medo do nosso caminho e então faremos a diferença no mundo artístico e
cultural.”
Tomate Renato Vital, produtor cultural. Foto: Jam Pawlak.
Tomate
Renato Vital
Profissão: produtor cultural
no Coletivo Fuligem de Comunicação e Arte de Ribeirão Preto.
Idade: 28 anos.
Referência de evento inesquecível:
Se Vira Ribeirão.
Frase favorita: “Sonho
que se sonha só / É só um sonho que se sonha só / Mas sonho que se sonha junto
é realidade…” Raul Seixas.
Sob
o ponto de vista de quem produz: “É preciso ter muita
criatividade para sobreviver e gerir a produção cultural atualmente, tentando
gastar os poucos recursos de maneira inteligente. Precisamos otimizar os
gastos. A gestão de recursos deve estar voltada especialmente para a expansão
do conceito de economia solidária. Acredito que para alcançarmos o sucesso na
produção cultural, é imprescindível ser sincero em todas as negociações.”
Vinicius Iozzi Ferro, empreendedor social. Foto: Jam Pawlak.
Vinicius
Iozzi Ferro
Profissão: empreendedor
social na Feira Artesanal do Irajá de Ribeirão Preto.
Idade: 28 anos.
Referência de evento
inesquecível: Psicodelia.
Frase favorita: “Nunca
se vence uma guerra lutando sozinho.” Raul Seixas.
Sob
o ponto de vista de quem produz: “Sim, sou um
empreendedor social. Acredito no potencial do empreendimento familiar, da
microempresa, do trabalho artesanal, voltados para ações sustentáveis e para o
consumo de forma consciente. Para trilhar o caminho da superação em meio às
dificuldades, é necessário concretizar a realização de um evento de maneira colaborativa, para que
seja economicamente viável e possa beneficiar o maior números de pessoas.”
Vinicius Iozzi Ferro enfatizou ainda a primordial importância da difusão do
conceito de economia solidária entre os jovens e os profissionais da produção
de eventos artísticos e culturais.
Jam Pawlak entrevistando o publicitário e produtor cultural Washington Ricardo. Foto: Julia Mikita.
Washington
Ricardo
Profissão: publicitário
e produtor cultural da parada LGBT de Ribeirão Preto.
Idade: 28 anos.
Referência de evento
inesquecível: Rock In Rio.
Frase favorita: “Ninguém
nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por
sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a
odiar, elas podem ser ensinadas a amar.” Nelson Mandela.
Sob
o ponto de vista de quem produz: “Tenho trabalhado com
muitas ongs, que estão unidas pela cultura,
e pelas causas sociais, articulando em conjunto aspirações ideológicas
através da arte e ao mesmo tempo,
mobilizando e conscientizando as pessoas em relação à diversidade cultural.
Existem muitas dificuldades que precisamos superar para realizarmos alguns
eventos voltados para o nosso público alvo; não podemos nos conformar apenas e
tão somente com as diretrizes do governo; os próprios eventos devem ser auto
sustentáveis. É um trabalho árduo, que envolve a conscientização e a
sensibilização de várias esferas da sociedade. Um produtor cultural
praticamente não tem vida social, pois articular eventos é algo desgastante,
mas, ao mesmo tempo, é algo realmente desafiador, que não deixa você se
acomodar. Mais importante do que toda a logística de um evento, é a troca de
experiências, visando a formação de uma nova rede, que nos levará à realização
de novos eventos.”
Wilma Alves Ferreira, cerimonialista com a aluna Adriana S. Loiola. Foto: Julia Mikita.
Wilma
Alves Ferreira
Profissão: cerimonialista
de casamentos.
Idade: 58 anos.
Referência de evento
inesquecível: Copa do Mundo FIFA Brasil 2014.
Frase favorita: “Jesus
te ama.” Gospel / Religioso.
Sob
o ponto de vista de quem produz: “Eu trabalho para
realizar os sonhos das outras pessoas, e esse sonho envolve um determinado
orçamento, que muitas vezes é o resultado da economia de uma família por vários
anos para a realização de uma cerimônia de casamento inesquecível.
O cerimonial deve ser
impecável, no dia escolhido pelos noivos, tudo precisa dar certo; a equipe do cerimonial precisa estar apta
para a realização da festa; deve existir um verdadeiro comprometimento entre
todos, que estão trabalhando naquele momento, lembrando sempre, que aquele dia,
será o dia mais importante da vida de duas pessoas, e das suas famílias. Meu
conselho para quem deseja trabalhar com o cerimonial de casamento, é o
seguinte: trabalhe com amor e com honestidade, afinal, você está trabalhando
para realizar o sonho de uma pessoa, e realizar sonhos exige muita
sensibilidade e delicadeza.”
O 1º Encontro de
Produtores Artísticos e Culturais foi simplesmente incrível!
Jam Pawlak,
Jornalismo
de referência sobre Arte, Cultura e Lazer.
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