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Oficina Temática Inês de Castro: em Defesa dos Direitos da Mulher.


"Inês de Castro nasceu em 1320 ou 1325 na Galiza, era filha ilegítima do nobre galego Pedro Fernandes de Castro, o da Guerra, e de uma dama portuguesa, Aldonça Suárez de Valadares, e irmã de D. Fernando e de D. Álvaro Pires de Castro. Por parte de seu pai era bisneta ilegítima de D. Sancho de Castela, pai de D. Beatriz de Castela que era mãe de D. Pedro, futuro Rei de Portugal. Era, portanto, prima em 3º grau de D. Pedro.
Viveu parte da sua infância no castelo de Albuquerque cuja dona, que a criou como filha, era casada com Afonso Sanchez, filho ilegítimo de D. Diniz, até vir a ser aia de sua prima de D. Constança Manuel, filha de João Manuel de Castela, poderoso nobre descendente da Casa Real Castelhana e que estava prometida ao príncipe de Portugal, D. Pedro.
Inês de Castro chega a Évora, integrada no séquito de D. Constança, em 1340. Desde cedo foram conhecidos os amores de D. Pedro pela dama galega. D. Afonso IV, temendo esta relação, exila-a na fronteira espanhola em 1344.
Após a morte de D. Constança volta a Portugal, tendo vivido com D. Pedro, de quem vem a ter quatro filhos, o primeiro, D. Afonso, que morreu em criança. Viveram em vários locais na zona da Lourinhã e, por fim, em Coimbra no Paço da Rainha Santa junto ao Convento de Santa Clara-a-Velha, tendo sido degolada a 7 de Janeiro de 1355 por ordem de D. Afonso IV.
Da vida de Inês de Castro pouco se sabe, a sua trágica morte e o amor sem limites de D. Pedro e a forma como este quis perpetuar esses amores, alimentou desde cedo a poesia e a narrativa histórica, não deixando morrer o mito Inês de Castro. " (Fundação Inês de Castro).
A Oficina Temática Inês de Castro: em Defesa dos Direitos da Mulher tem compartilhado a trágica história de Inês de Castro com mulheres vítimas de violência no Brasil, desde 2014, quando surgiu o Projeto Cartas Para Inês de Castro. 
Como teatróloga levei ao encontro das mulheres vítimas de violência, apresentações do monólogo "A Última Noite de Inês de Castro", uma história de amor, desespero e coragem ao mesmo tempo. Logo após as apresentações, nos reuníamos para um bate papo sobre o teatro, as emoções, as perspectivas e os desafios que todas as mulheres enfrentam desde a época de Inês de Castro. Na sequência dos trabalhos, distribuíamos papel de carta e caneta, para que as nossas novas amigas pudessem escrever uma carta para Inês de Castro, relatando suas próprias histórias de amor, medo e solidão. Algumas escreveram entre lágrimas. Outras, não conseguiram escrever por puro excesso de emoção. 
Ao final de uma das apresentações na cidade de São Paulo, uma senhora muito distinta veio ao meu encontro, com um sorriso realmente encantador e me disse sem rodeios: "A sua Inês de Castro me fez chorar como um bebê. Você entende  da alma da gente, você tem essa tal de empatia no grau máximo, por isso, eu te peço, leve as nossas cartas para o mundo, mas com o seu jeito de escrever, para que todas as histórias possam ser lidas com o coração." Entre lágrimas, ela me pediu para reescrever todas aquelas cartas, baseadas em fatos reais, com amor e dedicação. Estou tentando. É uma tarefa em defesa dos direitos da mulher, da liberdade de expressão e principalmente do compartilhamento de histórias verdadeiras, que com certeza servirão de inspiração para outras mulheres do nosso tempo.
    

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